O Anão, a Concubina e o Gigante gentil
em processo de edição.
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O
GIGANTE GENTIL
Num
reino muito distante, e num mundo paralelo ao nosso, um gigante
devorava humanos, mas antes pisava em cima deles, esmagando com seu
peso brutal. O gigante era temido por todos, e os guerreiros jamais
iam àquele reino com medo de serem desafiados a matar a criatura.
Zeus,
o deus dos deuses, ordenou ao gigante devorar quem encontrasse pela
frente, como castigo, pois uma donzela o rejeitou como amante. Ele
não fez nada contra ela, mas amaldiçoou toda sua família e sua
terra natal. Centenas de humanos foram devorados ou morreram por suas
mãos - crianças, homens, mulheres, ninguém ficava longe de sua
fúria. Eram encontrados aos pedaços nos campos. Mas a criatura
devorou a mais bela concubina, e isso o rei não perdoaria. Isso foi
seu fim.
O
fato ocorreu quando a concubina número 15 resolveu tomar banho na
lagoa dos cisnes, mas foi sem ter avisado ninguém, coisa que nunca
ocorreu antes, pois o eunuco sempre estava de olho. Mas dessa vez,
ele não foi capaz de conter a fuga da moça. Enquanto tomava banho,
nua em pelo, a criatura se ergueu da água e a devorou, cuspindo os
pedaços que restaram, na beira do rio. Foi tão terrível que a moça
mal pode ser reconhecida, só lhe restou as vestes que ficaram
espalhadas as margens do rio.
O
rei ficou louco de raiva: mandou matar o eunuco e logo mandou castrar
outro para substituí-lo.
Era
o fim da vida tranquila, ninguém mais queria ir ao campo, o medo de
ser devorado era real. Os poucos guerreiros que tinham na cidade
foram embora com medo, os demais homem que ficaram eram apenas
pescadores ou camponeses, pessoas normais sem treinamento militar.
A
chegada do Herói
Mas
inesperadamente, em um dia qualquer e comum como qualquer outro,
surge um homem baixinho e fofo montado em um pônei. Na verdade mais
parecia um anão gorducho, ou mesmo um hobbit adolescente montado num
cavalo de madeira. Tudo isso foi ofuscado quando os moradores viram a
armadura que ele estava vestindo. Era uma armadura de um guerreiro
Mirmidão. De uma forma cômica, ele era um herói naquela roupa.
-
Saporra deve ser um herói, sim, deve ser - disse, incrédulo, um
morador.
O
motivo de todos acharem que ele seria um herói é que um guerreiro
mirmidão não seria abatido por qualquer um para lhe roubarem as
vestes sagradas, imagine então por um anão. Reza a lenda grega que
os mirmidões foram um povo nascido a partir do desejo de um rei que
seu povo fosse igual as formigas Mirmex. E assim lhe foi concedido.
Sendo dado parte desse mesmo povo a outro rei para lhe servir como
soldados, os quais se uniram ao grande herói Aquiles na batalha de
Troia.
O
boato da chegada do guerreiro logo se espalhou pelos quatro cantos do
reino e, como seria nos dias de hoje no zap, chegou aos ouvidos do
Rei.
Um
servo entrou na sala do trono e sussurrou alguma coisa ao pé do
ouvido do rei.
O
rei sorriu.
-
Sei... ótima notícia, lacaio. Traga-o a mim agora! - ordenou o rei.
Como
todo bom subalterno, o lacaio foi correndo como o vento fazer o que
lhe foi ordenado. Deveria trazer o guerreiro mirmidão imediatamente
ao rei. Mas temendo por sua segurança, levou consigo uma pequena
quantidade de soldados. Vai que o valente herói não gostasse do
lacaio, lá ia ele pegar porrada por cumprir uma ordem. E assim ele
foi ao encontro do Mirmidão, perguntando, por onde passava, onde
poderia encontrá-lo; todos haviam respondido a mesmo coisa: na
taverna, enchendo a cara.
Depois
de uma longa conversa, o lacaio convenceu o mirmidão. Prometeu tudo
lhe fosse permitido prometer, mas omitiu deliberadamente o fato de
haver um gigante a solta no reino e que o rei o queria morto, e que
tal dever seria dado ao herói forasteiro.
Segurando
uma gargalhada para não passar vergonha, o rei viu quando o pequeno
herói entrou pelas portas do salão de audiência. Era a porra de um
anão que com certeza havia achado uma vestimenta de um guerreiro
mirmidão - pensou o rei.
Ajoelhou-se
sobre uma das pernas, como fazem os guerreiros, e abaixou a cabeça
dizendo:
-
Majestade!
O
rei tentou ficar o mais sério possível com a cena, era um
mini-herói-mirmidão, era risível, mas ele respondeu como pode:
-
Olá, bravo guerreiro - disse em saudação. Foi possível ouvir um
riso ao fundo, um riri, mas o rei olhou abruptamente em oposição.
Doravante só o silêncio respeitoso reinava no local.
O
pequeno homem a sua frente era realmente um guerreiro, um herói, e
já havia lutado inúmeras batalhas e ouvido sempre a mesma coisa:
ele era a porra de um anão.
-
Sei que pareço não ser grande coisa, sou um anão como já deve ter
percebido, e que vossa majestade gostaria de testar minhas
habilidades de alguma forma.
Tendo
ponderado muito bem suas palavras, o rei respondeu:
-
Se não for lhe ofender, caro guerreiro, sim, eu gostaria de fazer um
teste. - Levantou-se e foi até bem perto do anão. Olhou-o por
completo. Ele portava uma grande espada numa bela bainha muito bem
adornada, um longo e forte arco negro, uma aljava recheada de
flechas, um escudo pequeno e redondo estava preso às suas costas, um
punhal bastante afiado do dois lados na linha da cintura e uma
pequena sacola pendura no corpo, talvez fossem moedas. - Se
sujeitaria a um teste, guerreiro?
O
anão ergue-se e ficou como um soldado, hirto. Pareceu ao rei com um
personagem famoso, escudo de carvalho de o Hobbit.
-
Sim. Por quê não aceitaria? - disse ele com o queixo erguido como
um rotanzeiro. - Que venha o desafio.
O
rei olhou em torno, o salão estava cheio de gente curiando a
conversa, procurando Heimdall, o seu mais forte guarda. Após o
encontrar com os olhos, esbravejou seu nome:
-
Heimdall!!! Faça as honras! - ordenou o rei.
Heimdall
saiu do meio da multidão como uma avalanche derrubando árvores, era
um homem muito grande e forte. Sacou sua espada e brandiu em direção
ao anão.
-
Posso matá-lo, ou quer que eu apenas o derrube, Majestade?! -
perguntou bem alto o anão interrompendo o movimento feroz de
Heimdall.
Heimdall
não se conteve e riu tão alto que pode ser ouvido do lado de fora
das muralhas.
-
Apenas o derrube, por favor, - disse o rei incrédulo de que o anão
fosse capaz e voltando seu trono.
-
Ok. Assim será.
Sabe
a historia de Davi e Golias? Bem... pode se dizer que aqui foi muito
mais feroz. Heimdall se aproximou correndo e vociferando um grito de
guerra. O guerreiro mirmidão sacou sua longa espada que parecia ser
maior que ele, pulou e atingiu com a parte cega da espada bem no meio
da testa. Pow!!! Foi como ser atingido por uma pedra.
-
Urrrrrrrrrr!!! - o povo soou.
Heimdall
balançou, balançou por um momento e depois caiu duro no chão. Ao
lado de Heimdall caído, o mirmidão vencedor encarava o rei,
enquanto embainhava sua espada novamente.
-
Acha que sou digno de alguma tarefa agora, Alteza real?
O
rei pensou se questionando: como não seria, e quem mais seria, ou
teria coragem para isso?
-
Sim, você é - respondeu. E continuou - Não perguntei seu nome e
você não se apresentou. Como podemos chamá-lo?
-
Froddix, o mirmidão, é como sou conhecido além das montanhas do
norte e do outro lado do rio da serpente gigante - respondeu
imediatamente. - Pode me chamar assim também.
-
Ok, então Froddix, lhe darei a tarefa mais difícil que jamais terá
em outro lugar a não ser aqui, neste reino. - O rei alterou a voz e
falou olhando para todos no salão - saiam, todos.
O
Guerreiro Mirmidão aceita a missão.
Em
um belo jantar onde o anão era o convidado de honra, o Rei Invictus
contou tudo tentando amenizar o máximo que pode as partes mais
chocantes. Um exemplo era a morte de todos os guerreiros que tentaram
ir até lá e foram devorados, nunca mais foram vistos no reino.
Tendo resumido que alguns tiveram coragem e foram até lá, mas
retornaram feridos ou muito assustados. Mas nada disso pareceu
assustar o guerreiro. Ele só ouvia e dizia "entendo, entendo".
Após
contar tudo e já sendo o final da noite, o rei perguntou:
-
Aceita a tarefa de matar o gigante devorador de homens, Froddix?
-
O que eu ganho com isso?
O
rei não tinha escolha, era tudo ou nada. Não haveria outra chance
de vencer o gigante.
-
Terá seu nome na história: "O anão que matou o gigante
devorador de homens do reino de fogo".
O
mirmidão riu puto de tudo que o rei tinha dito:
-
Você tem a coragem de um rei mesmo. O último bastardo filho da puta
que me chamou assim, eu comi a porra do figado dele cru e bebendo seu
sangue ainda quente, enquanto o resto dele ardia empalado na
fogueira.
Pela
primeira vez na vida, o rei temeu por sua vida. Devia se desculpar
agora mesmo ou morreria.
-
Perdoe-me, guerreiro Froddix. Juro que não tive a intenção de
ofendê-lo, mas exortar sua força.
-
Meu nome na história eu já tenho. Estive em troia com Aquiles. -
disse ele de esguelha.
-
O que você quiser então, peça-me qualquer coisa. Desde que mate o
maldito gigante, terá o que você quiser.
-
Como saberei que cumprirá com sua palavra? O que me dá como
garantia?
-
Como ousa suspeitar de mim? - esbravejou o rei zangado.- Como ousa?
-
Perdoe-minha indelicadeza, não fui ensinado na arte da educação, e
sim na arte da guerra. Apenas quero ter certeza que receberei o que
me foi prometido. Lembre-se que fez tal promessa a mim de portas
fechadas, Majestade.
O
rei achou correto sua dúvida, parecia realmente um engodo tudo
aquilo.
-
Pela manhã farei um pronunciamento público informando tudo o que
foi acordado aqui. E você estará ao meu lado ouvido e sendo
ovacionado por isso.
-
Ok - aceitou o mirmidão. - Eu serei o seu herói.
No
dia seguinte tudo fora cumprido como prometido, e nosso herói pode
seguir em busca do medonho monstro devorador de humanos. Ele mataria
a fera, isso era certo.
Um
adendo antes de continuar.
Um
capitão da guarda real foi mandado pelo próprio rei para ir com o
guerreiro mirmidão para que ajudasse a matar o gigante. Se não
fosse, ele deveria entregar suas coisas e tirar sua vida, para espiar
sua covardia; Ou toda sua família pagaria pelo seu medo.
No
dia seguinte, ele foi encontrado morto. Todo sua armadura e armas
tinham sido dado baixa na reserva de armamento do reino. O nome do
oficial era Percy Wetmore.
A
busca da Toca.
A
toca da criatura ficava na montanha mais alta, na maior caverna do
reino. Tendo sido conduzido pela guarda real o máximo que pode. Foi
deixado no sopé da montanha nebulosa. O restante do caminho ele
teria que fazer sozinho. Subiu 3 dias e 3 noites até chegar na
entrada da toca, seguindo o cheiro de sangue e de carne podre. Comia
pães de lembas, uma comida élfica que sempre trazia consigo, por
isso não morreu de fome.
No
trajeto, antes de ser deixado pela guarda, os soldados vinham
comentando as atrocidades que o gigante havia cometido, e não
escondiam o medo que estavam sentido por estarem levando o mirmidão.
O
mirmidão apenas ouvia boatos. Mas o medo não o alcançava.
Um
dos boates que comentaram era da montanha nebulosa. Diziam que ela
era um tipo de portal dos deuses, que dela veio a maldição do
gigante e outras coisas horríveis que atormentavam o povoado.
Olhando para cima, para o cume da montanha, você teria esta mesma
impressão. No topo, havia um tipo de nuvem escura, como ser fosse
uma coroa negra. Se a fitasse por um tempo, veria raios caindo de um
lado e do outro, o que a deixa ainda mais assustadora. Era uma
montanha terrível de se escalar.
Devia
ser por isso que o gigante a tinha escolhido. Era alta, sombria e
horripilante. Homem nenhum iria perturbá-lo ali. Ou era realmente
uma maldição, ou era medroso e se escondia sob a presença medonha
da montanha - pensou o mirmidão.
E
entre outros boatos que rolou na conversa foi a de um soldado recruta
que mais lhe chamou atenção. O anão o tomou como recruta pelo modo
de vestir, era todo fora do normal dos demais da guarda. O elmo
estava de lado, não parecia estar de forma correta. O peitoral
estava mal amarrado, parecia que iria cair a qualquer momento. O
recruta falou que tinha ouvido uma historia que só podia ser
mentira, mas que valia a pena ser ouvida. Segundo uma moradora, uma
fofoqueira local, enquanto uma vizinha sua lavava a roupa na beira do
rio, jura ter visto o gigante caminhando nas montanhas ao longe com
uma mulher no ombro. A mulher parecia estar sentada e segurando em
sua enorme cabeça. Mas não parecia estar amarrada ou segura pelo
gigante, o qual tinha os grandes braços penduras ao lado do corpo.
Ela parecia feliz.
Estes
dois fatos fizeram a cabeça do pequeno guerreiro formigar. Uma
montanha terrível. Uma moça feliz no ombro dum gigante que uma
amiga de uma vizinha de um soldado recruta tinha visto. Parecia tudo
sem sentido, mas para nosso guerreiro isso fez um sentido mortal. Um
sentido que mudaria tudo.
Já
era quase noite novamente, quando ele chegou. Parando a uma distancia
de 100 metros, ele podia ouvir o monstro rosnando pro nada. Era como
ouvir um leão, só que muito grande. E seu andar fazia o chão
tremer. Se não planejasse o ataque de forma correta, morreria ali
mesmo.
Aguardou
o noite chegar e entrou na toca do gigante como um rato entra na
cozinha, ou como um hobbit faria. Tirou toda a armadura e a escondeu
num lugar seguro. Ela fazia muito barulho guando andava, era feita de
couro com metal alariano¹ (um dos metais mais resistente daquela
época, quase impossível de ser quebrado). Tendo ficado apenas com
as roubas de baixo, que eram feitas de algodão, seu arco e seu
punhal.
-
Ares, Sr. da Guerra, me proteja e me guie nessa empreitada. Vamos lá.
A
toca do gigante adormecido.
A
entrada da caverna esta muito escura. O guerreiro mirmidão não
tinha feito nenhuma fogueira, pois podeira acordar ou chamar a
atenção do gigante. E isso era inaceitável. Em meio a escuridão,
ele encontrou várias armaduras jogadas pelo chão. Ele deduziu que
seriam dos outros guerreiros que morreram ali, apesar do rei ter dito
que não havia morrido (sabia que ele havia mentido para tentar lhe
convencer) nenhum deles. Mas onde estavam os ossos? Não havia nenhum
osso. Teria o gigante tanta fome assim que comia a carne e depois
roía os ossos? Isso parecia com aquele filme do Sherek, eu sou um
ogro terrível (risos).
Deixou
os pensamentos sobre ossos de lado e continuou até ver a luz da
fogueira do gigante ao longe. Ai continuou ainda mais lentamente. Ele
devia ser o mais silencioso possível. O plano era ataque surpresa e
morte súbita.
Quando
estava se aproximando, acabou pisando num rato que guinchou alto e
saiu correndo furioso. O gigante pareceu ter ouvido. Mas moveu-se
apenas para coçar a enorme buzanfa.
O
gigante dormia. Estava deitado sobre o lado esquerdo do corpo e com a
enorme poupança na direção da entrada da caverna. Seu ronco era
muito alto, como o martela de um bate estaca ouvido bem de perto.
O
Guerreiro se ergueu, pegou seu punhal com a mão direita, na outra
mão esta seu escudo, tomou toda a coragem de que dispunha e correu
em direção as cortas do gigante adormecido. Teria que ser vários
golpes no fígado da besta, mas ele não erraria.
A
batalha final.
O
pequeno guerreiro mirmidão não errou o primeiro golpe, atingiu em
cheio a parte das costas do gingante adormecido. O punhal não era
longo o suficiente para atingir seu objeto. Mas foi o suficiente para
lhe causar dor e lhe fazer pular de dor e susto.
-
Filho duma puta amaldiçoado!!! Ahrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!! Quem me
espetou???
Algo
embrulhado em um pano havia rolado de perto do gigante. E havia feito
um som de dor, como um miado.
Logo
o gigante encontrou o pequeno e valente mirmidão seminu. Estava em
sua frente e em posição de ataque. O mirmidão era da altura do
meio de sua canela dele.
-
Você vai morrer, rato miserável!!!
E
tentou pisar no mirmidão. Mas a guerra tinha treinado o guerreiro
muito bem. Agachou-se como atlas segurando o mundo. Segurou o punhal
com muita força, erguendo-o acima da cabeça, fazendo o gigante
pisar nele. O gigante gritou com muita dor. Dessa vez o punhal entrou
o bastante para atingir um músculo do pé. Isso doeu pra caramba.
Ele
urrou: Uahrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!! Seus olhos lacrimejaram.
Enquanto
ele cambaleava, o guerreiro se aproximou do outro pé e o encheu de
pequenas agulhadas. Tentou furar o máximo que pode com vários
golpes. Atingindo veias a sua altura. Tendo ficando muito machucado
seus pés, o monstro caiu de costas. Era como ser ferroado por muitas
formigas, mas ao invés de ferrão era um punhal. Aproveitando-se da
queda, o mirmidão correu saltando no corpo do gigante. E como um
leão devora sua presa, foi logo em direção ao pescoço da besta.
Era iria matá-lo cortando sua garganta. Bastaria um golpe bem dado
para atingir a jugular.
O
guerreiro ergueu seu punhal para o último golpe, mas um forte grito
feminino se fez ouvir:
-
Nãâooooooooo!!! Não mate meu amado!
Tendo
pulado do peito do monstro e estando muito ofegante da ação, ele
indaga:
-
Meu amado? - Olhou em volta da fogueira e viu uma mulher. - Quem é
você?
O
gigante ainda se contorcendo em dor, olhava a mulher.
-
Eu sou a concubina que fugiu do reino. Não o mate por favor. Vou lhe
explicar tudo.
A
Concubina o Anão e o Gigante - o diálogo
Demorou
um pouco até que tudo ficasse mais calmo. O que ocorreu um bom tempo
depois, já quase na alvorada do dia. O gigante já conseguia ficar
de pé, sua amada estava fazendo os curativos necessários. O
mirmidão Froddix retornou até onde havia escondido sua armadura, a
vestiu e veio ter com os dois - no momento encontra-se sentado
esperando as explicações prometidas. A concubina ainda fazia o
último curativo no mostrengo, que reclamava com uma criança toda
vez que ela toca em uma ferida.
Apesar
da calmaria, o mirmidão mantinha-se atento. A espada descansava ao
seu lado, sendo levemente acariciada no cabo pelo guerreiro. Ele, de
certa forma, achava que tudo aquilo podia ser uma armadilha planeja
pelos dois. E, claro, que poderia ser. Um engodo que poderia matá-lo.
Acabaria como alimento do monstro. Mas as horas se passaram, o dia
raiou e nada aconteceu que pudesse causar qualquer dano. - O que será
que está acontecendo aqui - pensou o guerreiro mirmidão. Nesse
ponto lhe veio a lembraça dos boatos comentados pelos soldados. Será
mesmo que...??? Não poderia ser.
A
concubina terminou de fazer o curativo. Estava cansada e bastante
suada, o seu amado, como ele mesmo denominou, era um cara muito
grande. E antes de se aproximar para conversarem, preparou um belo
desjejum para todos. Ao gigante ela trouxe um cabra já adulta, que
foi devora em poucas mordias. O mirmidão olhou para como o gigante
devorou o bicho e, meu deus, foi rápido e cruel.
Olhou
pro anão e perguntou:
-
Que foi, baixinho? Nunca viu um gigante comendo?
-
Nunca - respondeu Froddix.
O
anão ainda olhava chocado o modo como a criatura comia a cabra,
quando o concubina lhe serviu o desjejum. Trouxe o alimento numa cuia
feita artesanalmente. O que tinha nela era um tipo de sopa feita de
ave, talvez galinha.
-
Muito obrigado - disse o mirmidão. A espada ainda cochilava em sua
perna.
Ela
sorriu gentilmente.
-
Vamos começar logo. O que tenho para relatar vai demorar um pouco, e
tenho certeza que você pode não gostar muito. Mas para defender meu
amado, lhe contarei tudo sem omitir nada. Toda a verdade.
-
O ANÃO DESCOBRE TUDO -
1.
A
muito tempo atrás, quando ainda era apenas uma pequena menina, a
concubina conheceu e se tornou amiga de um jovem gigante. O amor
entre eles foi inevitável. O cupido não deixava ninguém em paz
nessa época. Era o destino dos dois. Com o passar do tempo, eles
cresceram e ficaram adultos. Quer dizer ela ficou adulta e ele ficou
gigante. A bela moça, sendo filha de distinto lorde, foi escolhida
para ser uma das concubinas do rei. Era um grande privilegio para ela
e para seu pai. Mais para seu pai, claro.
Depois
de escolhida, o próprio rei veio ver como era a novo concubina. Ela
era linda. Não pensou duas vezes. O dote foi gordo para o pai, que a
partir de agora era um lorde podre rico. Ela foi levada para o lugar
mais lindo do castelo e teve os melhores cuidados que uma mulher
deseja ter um dia. Só que ela não desejava nada disso, só gostaria
de voltar para casa e para seu querido gigante.
2.
A
má fama do gigante veio de uma historia espalhada não se sabe por
quem, mas que se espalhou por todo o reino. No começo eram apenas
vacas que sumiram, logo eram humanos. Pedaços de gente foram achados
por todo lugar. Nunca foi encontrado ninguém inteiro, sempre aos
pedaços. Mas tudo isso vinha sempre por meio de boatos. Ninguém
nunca via de verdade, era sempre um amigo de amigo de uma amiga de um
primo de uma tia distante que tinha ouvido alguém falar. Mas como
todo boa fofoca, tudo era contado como verdadeiro. Como fato.
O
que ninguém sabia era que tais boatos foram criados pelo gigante e
pela concubina que não queriam ser perturbados. Como isso poderia
acontecer, eles não sabiam, mas criaram um jeito. Primeiro pensaram
na hipótese do gigante matar de forma brutal pelos menos um pessoa,
mas o gigante não faria isso, ele era muito gentil e amável. Ele
não mataria uma mosca. Depois pensaram em roubar um corpo no
cemitério local e usar como se fosse o gigante que tivesse matado,
mas o gigante tinha medo de cemitérios e de cadáveres. No final,
depois de muito pensarem em hipóteses mirabolantes, ela pensou em um
boato, apenas um pequeno boato, mas o gigante deveria ir um ou duas
vezes sozinho a beira do rio, pois deveria ser visto pelos moradores
do vilarejo ao menos um vez para que isso desse certo.
3.
A
estoria deu certo. Ninguém os perturbava. Tudo tinha dado certo, de
acordo com o plano. Todavia, por maldade pura do destino, a concubina
foi levada para o reino. O gigante ficou muito triste, chorava dia e
noite, ela era a única pessoa que o amava, que o entendia como
criatura, e não como mostro. Ai em um dia qualquer, es que surge a
concubina porta a dentro. Mas ela trouxe algo melhor que sua visita,
ela trouxe seu amor e outra estoria, mas que dessa vez deveria ser
muito bem trabalhada pelos dois.
O
nome da numero 15.
aki................
A
FALSA MORTE DA CONCUBINA
A
concubina tinha trazido uma roupa e deixou na toca do gingante. No
dia acordado, traria e deixaria na beira do rio. Um animal grande foi
morto e esquartejado no local, tendo cuidado para não deixar as
partes que poderiam ser reconhecidas por um caçador experiente. Isso
foi a concubina que fez, o gigante era muito burro. Ai, tava fácil.
Ela esperou o eunuco dormir e fugiu.
Tudo
surtiu o efeito que o gigante e a concubina desejaram. Todos
acreditaram na morte dela. E que a roupa teria sido deixado enquanto
tomava banho no rio, e que fora realmente devorada pela fera
monstruosa.
Mas
um ponto era muito importante em tudo isso, o rei sabia de tudo desde
o começo. Sim, verdade. Ele sabia que os dois eram amantes e que, de
vez em quando, a concubina visitava o gigante. Um de seus lacaios
bisbilhoteiros a seguia até a montanha. Depois voltava ao rei e lhe
contava tudo. Que os dois eram amantes. Que ela amava mais o gigante
que ao rei. Que ela morreria pelo seu amado. Mas nunca falava do rei.
E isso o consumia de raiva.
O
amor e a inveja do gigante tinha feito várias vitimas, vários
guerreiros foram a montanha nebulosa para tentar matar o gigante.
Chegando lá, o gigante os pegava pela cabeça como uma boneca de
pano e sacudia suas pernas no ar. E rosnava bem alto para assustar os
guerreiros. Saiam correndo e deixam suas armaduras no caminho, como
no desenho Sherek. E, como ficavam muito envergonhados de voltarem só
de ceroulas, fugiam para outro lugar, outro vilarejo, e nunca mais
voltavam. Nunca era ouvido seus nomes.
Então
o rei era um mentiroso. Claro. Era, sim. Tinha feito o Mirmidão
acreditar que o gigante era um monstro devorador de homens, mas nunca
tinha matado ninguém. Maldito rei. Tinha feito ele subir a porcaria
da montanha nebulosa 3 dias e 3 noites, comendo pães de lembas, com
os soldados mais covardes de seu reino, fazendo os contar os boatos
para lhe envenenar ainda mais a cabeça, para matar um inocente.
Froddix
era um herói e não uma marionete. Ele odiou esse rótulo. Pelejou
em várias batalhas. Matou muito homens e monstros. Mas nunca tinha
sido tratado daquele jeito, como uma marionete. Esse pensamento o fez
grunhir de raiva.
O
Rei Invictus pagaria por isso. Maldito rei mentiroso e manipulador.
O
Rei, O Anão, O Gigante e - depois - A Concubina.
Um
longo toque de corneta se fez soar, era um alerta de chegado do anão;
Outro toque se fez soar, era um toque de alerta de gigante; Um outro
toque se fez soar, era um alerta que o anão trazia o gigante.
-
Como assim - disse o rei pra si mesmo. - Esse maldito não matou o
gigante? E por que o traz aqui?
Correu
para fora. Sua guarda pessoal o seguiu muito bem armados. Afinal de
contas, era um gigante que o anão trazia a tira colo.
O
rei tentou não rir, mas a cena era cômica outra vez. O anão trazia
o gigante amarrado pelas mãos e pelos pés. Parecia muito machucado,
seu rosto, suas roupas e suas mãos estavam sujas de sangue. De
alguma forma o anão tinha machucado muito o gigante. Na cabeça do
rei ele imaginou uma pessoa sendo atacado por um cachorro chihuahua.
A cena o fez dar um pequeno riso.
Quando
se aproximou do rei, o anão trazia a corda no ombro assim como um
forte lenhador traz um pesada tora de madeira.
-
Trago comigo seu monstro, para que vossa majestade o mate. Dessa
forma, se vingando de tudo que ele fez. - disse o mirmidão.
-
Idiota. Idiota!!! - gritou o rei furioso. - Devia tê-lo matado lá
mesmo. Por que o trouxe aqui? Ele pode destruir meu reino. E onde
está minha querida concubina número 15.
Era
tanta raiva que o rei sentia que não percebeu na hora o que havia
dito. Mas logo notou. "Onde está minha querida concubina
número 15". Ele torceu para que o mirmidão não tivesse
ouvido. Para que as palavras tivessem passadas despercebidas. E que
tudo continuasse como estava. Mas não passaram, não. Essa era a
deixa que o guerreiro queria.
O
rei, o maldito rei foi pego na mentira.
O
anão sacou a espada e cortou as amarras do gigante.
-
Matem os dois - o rei gritou para sua guarda. - Matem-os.
O
lugar se encheu de guardas. Eles estavam cercados.
A
luta foi brutal. O anão lutou como pôde, era como tentar matar uma
mosca, sendo pequeno era difícil de acertar, e precisou do gigante
para aplacar o poder de força da guarda real. O gigante lutava como
um bebe brincando com os bonecos do irmão mais velho, só fazendo
besteira. Lutar com gigante era como acertar uma grande parede como
um pequena pedra. Fácil, fácil. E aos trancos e barrancos ele
ajudou bastante.
A
maioria dos guardas morreram, o restante ficou muito ferido. Mas fim
os dois tinha ganham a batalha no solo. Ou parte dela. Pois o gigante
tinha varias flechas nas costas e na bunda. O anão, por outro lado,
tinha alguns arranhões e hematomas nos braços e no rosto. Mas nada
grave.
O
rei tentou fugir por dentro do castelo. E tentou levar consigo a
concubina numero 1, a qual diziam ser a linda de todas, mas não
esperava que a numero 15 estivesse lá, pronta para lhe tomar como
refém.
E
lá veio o rei sendo escoltado por suas
ex-escravas-esposas-concubinas. Todas elas tinha vindo para o castelo
contra sua vontade, em casamentos arranjado pelos pais. Então não
foi surpresa para o mirmidão que nenhuma delas se opôs a ideia da
numero 15.
Jogaram
o rei Invictus no chão, na frente do anão. Ali ele chorou de medo.
Assim são os covardes e os valentões que usam armas. Quando são
detidos e/ou a população os detêm, choram como bebes. Pedem
misericórdia sem a merecer. Dessa forma está o maldito rei. Um
olhar de gato de botas brotou em seu olho. O anão sentiu uma forte
vontade de socá-lo. Mas se conteve. Não valia a pena sujar suas
mãos com merda. O rei teria que cumprir o prometido.
O
seu desejo tinha que ser realizado. E caso contrário o gigante o
devoraria (ele só comia cabras, pois vaca tinha dó, achava que um
bezerro podia estar a espera dela e que podia morrer de fome por
culpa da fome do gigante), como se isso fosse possível.