MEU EPITÁFIO POR MIM MESMO

 Oscar Wilde disse certa vez:

“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”

Eu vivi. Amei. E fui amado.
Disso não tenho dúvidas (ou não tinha).



MEU EPITÁFIO POR MIM MESMO



Se querias mesmo me ver,
deveria ter vindo me visitar quando eu ainda estava vivo.
Agora, meu caro, é tarde para isso.
Deixem-me descansar em paz.
Eu me fui.
Meu tempo neste mundo já passou.
E meu espírito não mais habita meu antigo corpo.
Ele agora está vazio, jazendo no caixão presente nesta sala.
E eu não te dou o direito de olhá-lo.
Fotografá-lo, então, nem pensar.
Isso eu proíbo a quem quer que seja.
E peço a quem me ainda me representa em vida que lacrem meu caixão,
coloquem a melhor foto que tiveram minha logo acima de meu caixão,
e não deixe que ninguém veja o que restou de mim.
Apenas minha família, as pessoas que amei neste mundo
(mulher, filho e filha - as pessoas que me transbordaram de alegria),
isso se eles acharam de verdade que é mesmo preciso,
poderão olhar minha casca vazia.
Eles, sim, têm a minha permissão, assim com tiveram meu coração.
Mas peço gentilmente, de verdade, que não o façam.
Vocês tiveram tudo de mim.
E eu a vocês doei tudo que pude de mim.
Agora deixem-me ir para junto de meu Deus e de minha amada mãe.
Eles me aguardam.
Ela me aguarda.
E eu quero ir até ela.
E, se Deus me der esse direito,
eu estarei me despedindo de vocês em espírito aqui mesmo antes de ir adiante.
E, se ele permitir também, quando eu estiver ao lado dele,
estarei zelando por aqueles que amei todos os dias de minha vida.
Fiquem com Deus.
Porque eu sigo agora com ele.
E não mais voltarei.

Adeus!

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